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AADC – Deficiência da Descarboxilase dos L-Aminoácidos Aromáticos: doença, sintomas e diagnóstico

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Enfermeiro empurrando uma criança na cadeira de rodas.

Texto por: Nathalia Taniguti

23/07/21

Saiba mais sobre a AADC, uma doença rara que afeta o neurodesenvolvimento e se manifesta desde a infância. 

A deficiência da descarboxilase dos L-aminoácidos aromáticos (Aromatic L-Amino Acid Decarboxylase, AADC) é uma doença genética rara que ocorre por falhas no metabolismo das substâncias responsáveis por transmitir a mensagem dos neurônios para o corpo, os neurotransmissores, afetando a comunicação entre o cérebro e algumas células do corpo.  

A prevalência estimada de AADC é de 1 pessoa em 1.000.000 de nascidos vivos. 

AADC é uma enzima envolvida na produção dos neurotransmissores dopamina e serotonina e consequentemente os neurotransmissores derivados dessas substâncias, como a norepinefrina e epinefrina.

Funções dos neurotransmissores
Neurotransmissores são substâncias que agem como mensageiros dos neurônios, transportando, estimulando e equilibrando a comunicação entre os neurônios, células nervosas e outras células do nosso organismo.
Dopamina está envolvida nos processos de cognição (processos relacionados à interpretação e percepção de informações, aprendizagem e memória), emoção e movimentos voluntários.
Norepinefrina e epinefrina estão envolvidas na regulação do humor, padrões de sono, na cognição e nos níveis de hormônio do estresse.
Serotonina age na formação da memória, aprendizagem, função cardiovascular, temperatura corporal, bem como na função endócrina. 

Sintomas da AADC

A maioria dos sintomas da AADCD pode ser explicada pela deficiência desses neurotransmissores, afetando os marcos do desenvolvimento da criança. Os principais sintomas incluem:

– Atraso no desenvolvimento

– Distúrbios do movimento (como distonia e hipocinesia)

– Crises oculógiras (movimentos anormais dos olhos)

– Hipotonia (fraqueza muscular)

– Suor excessivo

– Ptose (queda da pálpebra superior)

– Falta de energia

– Dificuldade de dormir

– Problemas gastrointestinais

Embora os sintomas da doença já sejam evidentes nas primeiras 10 semanas de vida, o diagnóstico da doença é feito em média somente quando a criança já tem 3 anos e meio de idade, pois os sintomas podem ser confundidos com outros quadros mais comuns como paralisia cerebral, epilepsia e até autismo.

É uma doença muito rara, sendo a prevalência é estimada em 1 pessoa em 1.000.000 de nascidos vivos. 

Saiba mais sobre essa importante doença rara neste artigo.

O que  causa a AADC?

A causa da doença são alterações (variantes genéticas) no gene DDC, responsável por produzir a enzima AADC. 

A AADC possui padrão de herança autossômica recessiva, isso quer dizer que apenas pessoas que herdaram as duas cópias alteradas do gene DDC alterado, uma da mãe e outra do pai, desenvolvem a doença.

Quando apenas uma cópia do gene alterado é herdada, a pessoa é chamada de “portadora”. Ela não vai ter a doença, mas pode transmitir a alteração para os filhos.

Padrão de herança autossômica recessiva

Além disso, os pais de uma criança com AADC tem 25% de chances de ter outro filho com a doença. Por isso a importância do aconselhamento genético para famílias com histórico da doença.  

Como é feito o diagnóstico da AADC?

A AADC é uma doença difícil de diagnosticar precocemente por ser rara (e consequentemente pouco conhecida) e devido aos seus sinais e sintomas inespecíficos e semelhantes a  outras doenças. 

A confirmação do diagnóstico da AADC é feito pelo exame genético que pode detectar alterações no gene DDC. Nesse caso, o exame de sequenciamento do gene DDC ou Painéis de Sequenciamento de Nova Geração (NGS) que incluam esse gene são indicados.

A realização do teste genético também é altamente recomendada para pessoas que tenham histórico familiar da doença.

A AADC não é avaliada em outros testes de triagem neonatal, como o Teste do Pezinho básico do SUS e nem nas versões ampliadas e expandidas oferecidas pela rede privada.

Quando disponíveis em laboratórios acessíveis ao paciente, outros exames laboratoriais podem dar suporte ao diagnóstico:

  • Punção lombar (coleta do líquido cefalorraquidiano ou liquor): para medir os níveis das substâncias relacionadas a baixos níveis de dopamina e serotonina (L-dopa, 5-hidroxitriptofano (5-HTP), ácido 5-hidroxiindoleacético (5-HIAA), ácido homovanílico ácido (HVA), 3-O-metildopa (3-OMD))
  • Dosagem enzimática no plasma: para medir a atividade da enzima AADC.

Como é feito o tratamento da AADC?

Os sinais e sintomas da doença podem se manifestar diferentemente em cada pessoa, por isso, o tratamento pode variar de paciente para paciente. Atualmente a doença não tem cura, mas o tratamento pode aliviar os sintomas da condição. 

Geralmente, são utilizados um conjunto de medicamentos para suprir a falta dos neurotransmissores, como agonistas do receptor de dopamina, agentes anticolinérgicos e antiepilépticos, entre outros. Além disso, é recomendado terapia ocupacional e de fala para melhorar a qualidade de vida da criança.

Por que o Teste da Bochechinha é importante para o diagnóstico precoce da AADC?

Por ser rara e apresentar sintomas comuns a outras doenças, o diagnóstico da AADC costuma ser difícil e demorado, ocorrendo, em média, quando a criança já tem mais de 3 anos e já apresenta sintomas graves.

Para contribuir com a identificação precoce de bebês com risco de desenvolver AADC, a doença é uma das mais de 340 doenças investigadas no Teste da Bochechinha, o teste mais avançado de triagem neonatal genética. Assim, a mutação genética relacionada com a doença pode ser identificada antes do início dos sintomas. Além disso, a coleta é muito simples, feita por swab bucal.

Utilizamos a moderna técnica de sequenciamento de nova geração para analisar o DNA do bebê e buscar alterações no gene DDC e em centenas de outros genes relacionados a doenças genéticas graves, porém tratáveis. 

Bebês com alto risco de desenvolver AADC podem iniciar precocemente o acompanhamento médico e tratamento da doença. 

Quanto mais cedo o diagnóstico e o início do tratamento, melhor a qualidade de vida da criança!

Meu filho tem suspeita de AADC, posso fazer o Teste da Bochechinha para confirmar o diagnóstico?

O Teste da Bochechinha é um teste de triagem neonatal que busca identificar bebês com risco de desenvolver doenças que se manifestam logo nos primeiros meses ou anos de vida.

Quando a criança já manifesta sinais de alguma doença, recomenda-se realizar um exame genético de diagnóstico para confirmar a suspeita.  Para dar suporte ao diagnóstico da AADC, a Mendelics – laboratório desenvolvedor do Teste da Bochechinha –  desenvolveu o Programa Movimente, que oferece de forma gratuita um exame de painel de NGS que inclui 89 genes relacionados a distúrbios do neurodesenvolvimento e transtornos do movimento com início na primeira infância, incluindo a AADC. 

Saiba mais sobre o Programa Movimente, acessando nosso site

Além disso, a Mendelics também oferece outros exames para o diagnóstico de AADC, incluindo o Painel de Doenças Tratáveis.

Converse com um médico de sua confiança e, se houver a necessidade de um exame diagnóstico genético, entre em contato conosco!

Todo exame de diagnóstico genético precisa de pedido médico para ser realizado.

Quer saber mais sobre a AADC e o Teste da Bochechinha? 

Deixe sua pergunta nos comentários abaixo ou entre em contato com a nossa equipe pelo telefone (11) 5096-6001 ou através do nosso site.

Você é médico e quer oferecer o Teste da Bochechinha para seus pacientes? Converse com a gente e seja nosso parceiro.

Revisão

O que é AADC?

AADC, ou deficiência da descarboxilase dos L-aminoácidos aromáticos, é uma doença rara que afeta a capacidade do corpo de produzir neurotransmissores, substâncias químicas necessárias para a comunicação entre células nervosas.

Como a AADC é herdada?

A AADC tem padrão de herança autossômica recessiva. Portanto, somente pessoas que herdaram as duas cópias alteradas do gene, uma da mãe e outra do pai, desenvolvem a doença.

Quais os sintomas da AADC?

Os principais sintomas da AADC incluem problemas de movimento, fraqueza e espasmos musculares, crises oculares, problemas na regulação da temperatura corporal, entre outros.

Referências

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