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Como as vacinas funcionam?

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Texto por: Ricardo Aguiar

20/01/22

Assim como testes de triagem neonatal, a vacinação é essencial para a saúde de bebês; entenda mais sobre como vacinas funcionam e por que são tão importantes

 

Vacinar é salvar vidas. Depois que a primeira vacina foi desenvolvida, nos últimos anos do século XVIII contra a varíola, inúmeros bebês, crianças, adolescentes e até adultos evitaram contrair doenças potencialmente fatais. Desde então, grandes progressos em diferentes áreas da ciência e tecnologia permitiram a criação de vacinas contra muitas outras doenças, que ajudaram até mesmo a erradicar algumas delas em diversos países.

Como, então, as vacinas funcionam e por que elas são tão importantes, principalmente no primeiro ano de vida? Elas interferem no resultado de triagens neonatais, como o Teste da Bochechinha? E o que são vacinas de RNA, que estão sendo usadas no combate ao coronavírus?

 

Tipos de vacinas

Vacinas apresentam agentes infecciosos, como vírus, de maneira segura ao organismo. Assim, se entrarmos em contato com ele depois, os linfócitos, células de defesa, reconhecerão e combaterão ele de maneira muito mais eficaz.

Atualmente existem diferentes tipos de vacinas. De forma geral, todas seguem um mesmo princípio: apresentar para o sistema imune, de maneira segura, um agente infeccioso. Assim, caso ele entre em nosso organismo, nós estaremos prontos para combatê-lo e evitarmos o desenvolvimento da doença.

A vacinação é especialmente importante em recém-nascidos porque seu sistema imune ainda é frágil quando comparado ao de adultos: uma simples gripe pode ter consequências graves, por exemplo. Assim, o calendário de vacinação infantil garante que bebês desenvolvam anticorpos contra diversas doenças, preparando-os para enfrentar diferentes tipos de infecções.

A principal diferença entre os tipos de vacinas está na forma como elas apresentam vírus ou bactérias ao sistema imune.

 

Vacinas Atenuadas

Vacinas atenuadas utilizam vírus modificados em laboratório para não causarem doenças. Vacinas inativadas utilizam vírus que não possuem a capacidade de se reproduzirem no nosso organismo. Vacinas de RNA utilizam apenas o material genético do vírus.

Vacinas atenuadas são aquelas que utilizam microorganismos vivos, porém atenuados (enfraquecidos) em laboratório para que não desenvolvam doenças. Esses microorganismos se multiplicam no nosso organismo para que o sistema imune seja estimulado e produza anticorpos.

Uma das vacinas atenuadas mais conhecidas é a BCG, aplicada em bebês logo após o nascimento. Essa vacina combate a tuberculose, doença causada por bactérias (bacilo de Koch) que pode ser extremamente grave em recém-nascidos. 

A sigla “BCG” significa “bacilo de Calmette & Guérin”, sobrenomes dos cientistas Léon Calmette e Alphonse Guérin, que desenvolveram a vacina em 1921.

Outras importantes vacinas atenuadas que fazem parte do calendário de vacinação infantil são as contra sarampo, caxumba, rubéola, febre amarela e varicela (catapora).

 

Vacinas Inativadas

Vacinas inativadas utilizam microorganismos mortos, ou seja, que não têm a capacidade de se reproduzir. Por isso, não há chance alguma de causarem doenças.

As vacinas contra hepatite A e B, e DTP (também chamada de Tríplice Bacteriana, por proteger contra três doenças causadas por bactérias: difteria, tétano e coqueluche) utilizam essa estratégia.

 

Vacinas contra poliomielite: um caso de sucesso

A poliomielite, ou pólio, é uma doença causada por um vírus que afeta o sistema nervoso central e pode causar paralisia. Surtos em diversos países no final do século XIX e início do século XX tornaram a poliomielite uma das doenças infantis mais preocupantes do mundo.

Na década de 1950, o cientista norte-americano Jonas Salk desenvolveu a primeira vacina contra a poliomielite, feita com o vírus inativado. Poucos anos depois, Albert Sabin desenvolveu a famosa “vacina da gotinha” contra a doença, utilizando o vírus atenuado. 

Com as vacinas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um esforço global a partir da década de 1980 e reduziu os casos de poliomielite em 99,9% em 13 anos: de cerca de 350 mil casos em 1988 para 483 casos em 2001. A doença foi considerada erradicada no continente americano em 1994 e na Europa em 2002.

No Brasil, a “gota” da vacina contra pólio inspirou o personagem Zé Gotinha, mascote de campanhas de vacinação.

 

Por que algumas vacinas precisam de mais de uma dose?

Enquanto algumas vacinas são aplicadas apenas uma vez e geram proteção para a vida inteira, como é o caso da vacina contra a febre amarela, outras requerem múltiplas doses, como a vacina contra o tétano. Isso acontece porque diferentes vacinas geram diferentes tipos de respostas imunológicas.

Geralmente, as vacinas feitas com vírus atenuado geram respostas imunológicas bastante robustas, com presença de células de memória imunológica que se lembrarão do agente infeccioso no futuro. Desta forma, apenas uma dose da vacina pode ser suficiente para a vida toda.

Já vacinas de vírus inativado muitas vezes geram respostas de curta duração e precisam ser aplicadas de tempos em tempos para garantir a proteção constante contra o patógeno.

Vacinas contra o vírus da gripe são aplicadas anualmente porque o vírus causador da doença (influenza) é muito suscetível a mutações, o que pode ajudá-lo a fugir da proteção de vacinas anteriores. Além disso, há muitos subtipos de influenza e apenas os mais frequentes de cada ano são contemplados na vacina. Por isso, é importante se vacinar todos os anos.

 

O que são vacinas de RNA?

Para combater a epidemia de COVID-19, vacinas de RNA chegaram à população pela primeira vez. Nesses casos, não são utilizados vírus atenuados ou inativados; a vacina tem apenas um trecho do RNA, material genético do vírus, responsável por produzir a proteína Spike, característica do coronavírus.

Com este trecho de RNA, as células do nosso próprio organismo produzem a proteína Spike, que é reconhecida pelo nosso sistema imunológico. Assim, a vacina é completamente segura e não tem chances de causar COVID-19.

 

Vacinas afetam resultados do Teste da Bochechinha?

Vacinas não interferem nos resultados do Teste da Bochechinha.

O Teste da Bochechinha é uma triagem neonatal genética, ou seja, ele analisa o DNA do bebê em busca de alterações que podem estar relacionadas a doenças genéticas. Como nenhuma vacina altera o DNA, elas não afetam os resultados de testes genéticos.

Exames de triagem neonatal, como o Teste da Bochechinha, garantem mais saúde para os recém-nascidos. Como muitas doenças não são causadas por agentes infecciosos, e sim por mutações genéticas, não temos como desenvolver vacinas para elas. Mas é possível verificar se o DNA do bebê possui alguma dessas mutações, para que os tratamentos sejam iniciados da forma mais precoce possível, evitando as sequelas graves das doenças.

O Teste da Bochechinha analisa a predisposição a mais de 340 doenças genéticas e tratáveis da primeira infância, complementando o Teste do Pezinho. Conheça o Teste da Bochechinha!

 

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