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Forrest Gump: um retrato singular da Deficiência Intelectual

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Texto por: Nathalia Taniguti

26/08/21

A Deficiência Intelectual é retratada no filme premiado Forrest Gump

O filme de 1994 conta a história de Forrest Gump, um simpático e modesto cidadão do Alabama que possui deficiência intelectual (DI). O que torna a narrativa tão interessante é que toda a trajetória do personagem é contada por ele mesmo e, por isso, vem com a mesma leveza do personagem, resultando em uma comédia contagiante.

Durante o filme vemos todos os principais marcos da vida de Forrest, que foi particularmente impressionante, principalmente considerando que ele possui DI, condição muitas vezes vista como um impedimento para o sucesso profissional e pessoal.

Forrest mostra que com paciência e dedicação tudo é possível. Ao decorrer da narrativa, Forrest passa por todo tipo de experiência, desde servir o exército americano na Guerra do Vietnã, conhecer o presidente, ser campeão de tênis de mesa, conhecer o presidente (de novo!), atravessar o país correndo, fundar uma das maiores empresas de pesca de camarão e até servir como inspiração para a criação do smiley face.

Além de suas conquistas profissionais, o filme também mostra os marcos da sua vida pessoal. Desde seu relacionamento com a mãe, responsável pela visão leve que ele tem do mundo, às amizades que fez ao longo da vida e até o romance com sua amiga de infância, Jenny.

A forma como a história de Forrest Gump é contada deixa ele em foco e não a sua deficiência, uma ótima forma de mostrar a DI de forma leve, divertida e livre de capacitismo (Preconceito com pessoas com deficiências). Quem assiste se deleita com a sua vida cheia de grandes acontecimentos e com sua perspectiva única e cativante sobre os eventos que ocorreram nas décadas de 60 e 70.

O filme foi indicado para 13 categorias dos Oscars e ganhou seis delas, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator para Tom Hanks no papel de Forrest Gump.

 

O que é Deficiência Intelectual?

A deficiência Intelectual é caracterizada por um atraso no desenvolvimento intelectual e comprometimento cognitivo que se tornam aparentes antes dos 18 anos, enquanto o cérebro ainda está se desenvolvendo. Pessoas com DI têm dificuldade para aprender e realizar tarefas do dia a dia e interagir com o meio em que vivem. Ou seja, existe um comprometimento cognitivo que prejudica suas habilidades adaptativas como resolver problemas inesperados do cotidiano, conversar com desconhecidos, nutrir relacionamentos, pagar contas, efetuar tarefas de casa, etc.

A deficiência intelectual não é uma doença, sendo definida como um distúrbio do neurodesenvolvimento. 

Pode ser causada por alterações genéticas e fazer ou não parte de uma síndrome (DI sindrômica ou DI não-sindrômica, respectivamente), pode ocorrer devido a fatores ambientes durante a gravidez ou após o nascimento como: desnutrição materna, uso de medicamentos, drogas e/ou álcool, infecções virais, prematuridade, hipóxia, entre outros.

Dentre as causas genéticas estão os erros inatos do metabolismo, doenças genéticas que afetam o funcionamento de alguma via metabólica do organismo. Essas condições podem apresentar diversos sintomas a depender da via metabólica afetada e um desses sintomas é a deficiência intelectual. A Fenilcetonúria é um dos erros inatos do metabolismo mais estudados que apresenta DI como uma das consequências. 

 

Fenilcetonúria (PKU)

É causada por alterações no gene PAH que codifica uma enzima que metaboliza o aminoácido fenilalanina. O acúmulo desse aminoácido no organismo leva ao atraso de desenvolvimento neuropsicomotor, deficiência intelectual permanente, pele, olhos e cabelos muito claros, eczema, convulsões, distúrbios psiquiátricos.

Os pacientes precisam seguir uma dieta específica, pobre em proteínas e outros alimentos ricos em fenilalanina para evitar o desenvolvimento e avanço dos sintomas da doença.

No Brasil, 1 a cada 30.000 pessoas possuem Fenilcetonúria.

Conheça mais sobre a Fenilcetonúria nesse artigo.

 

Deficiência Intelectual na triagem neonatal

A triagem neonatal tradicional disponível no SUS, conhecida como Teste do Pezinho, atualmente analisa seis doenças raras, incluindo a fenilcetonúria. O exame será expandido a partir de 2022 e passará a cobrir mais de 50 doenças. Outros testes de triagem neonatal, como o Teste da Bochechinha, já permitem triar centenas de doenças raras, incluindo os erros inatos do metabolismo.

A fenilcetonúria é um dos mais de 130 erros inatos do metabolismo investigados no Teste da Bochechinha, o primeiro teste de triagem neonatal genética do Brasil. Conheça a lista completa das mais de 340 doenças tratáveis analisadas neste link.

O Teste da Bochechinha permite complementar o número de doenças analisadas na triagem neonatal tradicional e contribui para o diagnóstico e tratamento precoce de centenas de doenças raras.

O Teste da Bochechinha foi desenvolvido pelo laboratório Mendelics, líder em análise genômica de doenças raras na América Latina.

Conheça o laboratório

Referências

Instituto Jô Clemente

Movimento Lembre de Mim PKU

National Organization for Rare Disorders – Phenylketonuria

Instituto APAE de São Paulo – Erros Inatos do Metabolismo e Deficiência Intelectual

 

1 Comentário

  1. Wall

    Excelente matéria! Escrita de fácil entendimento! Parabéns!

    Responder

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