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Entenda mais sobre a Epilepsia Responsiva à Piridoxina (PDE)

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Teste da Bochechinha Epilepsia Convulsões Bebê neonatal

Texto por: Nathalia Taniguti

18/12/20

Você conhece a Epilepsia Responsiva à Piridoxina?

A Epilepsia Responsiva à Piridoxina ou Epilepsia Piridoxina-Dependente (Pyridoxine-dependent epilepsy, PDE) é uma doença genética rara caracterizada por crises epilépticas frequentes e persistentes que surgem ao nascimento ou nos primeiros meses de vida.  Em casos atípicos a doença se manifesta entre um a três anos de idade ou até mesmo durante a gestação.

 

Conheça mais sobre a Epilepsia Responsiva à Piridoxina

A principal característica da PDE (Pyridoxine-dependent epilepsy) é que as crises de epilepsia não são controladas pelos medicamentos antepilépticos comumente utilizados, mas apenas respondem à suplementação de piridoxina (vitamina B6).

Apesar de obterem piridoxina na alimentação, os portadores da PDE precisam de uma suplementação dessa vitamina por toda a vida.

A PDE é uma doença grave, os sinais clínicos variam em cada paciente e o prognóstico depende da idade do diagnóstico e início da suplementação de piridoxina, entre outros fatores. Se não tratada, provoca graves danos no sistema nervoso, afetando a habilidade intelectual e cognitiva da criança. 

Entenda mais sobre essa importante doença rara, suas causas e como o diagnóstico é realizado e mais, nesse artigo.

 

Qual a causa da Epilepsia Responsiva à Piridoxina?

A PDE é uma doença genética causada por alterações nas duas cópias do gene ALDH7A1. Esse gene é responsável por produzir uma proteína (enzima) chamada antiquitina (conhecida também como desidrogenase do alfa-AASA), que atua no metabolismo do aminoácido lisina, no cérebro.

A ausência de antiquitina, causada pelas alterações no ALDH7A1, ocasionam a uma falha no metabolismo da lisina e o acúmulo de substâncias (metabólitos) que interferem no desenvolvimento e no funcionamento do cérebro.

Somente pessoas que herdaram o gene “defeituoso” da mãe e do pai desenvolvem a doença. A PDE é, portanto, uma doença genética com padrão de herança recessivo.

Quando uma pessoa herda apenas um gene alterado (do pai ou da mãe), considera-se que ela é portadora (do inglês, “carrier”). Portadores não têm sintomas da doença, porém podem transmitir o gene alterado para seus filhos. 

Muitas pessoas não sabem que são portadoras de uma  alteração no gene ALDH7A1 e só descobrem quando tem um filho com a doença. 

 

Quais são os principais sintomas da Epilepsia Responsiva à Piridoxina?

Muitos sinais e sintomas já foram descritos em pacientes com PDE, porém, crises epilépticas logo após o nascimento são os sintomas clássicos.

É comum que os recém-nascidos sejam diagnosticados erroneamente por outras doenças, como a encefalopatia hipóxico-isquêmica, devido aos sintomas. 

Também é comum que os pacientes apresentem atraso no desenvolvimento e deficiência intelectual.

 

Como é feito o diagnóstico da doença?

A suspeita do diagnóstico deve ser considerada nos casos de recém-nascidos ou crianças de até 3 anos de idade que apresentam epilepsia ou encefalopatia sem causa explicada e que não respondem aos tratamentos.

A confirmação do diagnóstico se dá por dosagem bioquímica de biomarcadores no plasma ou urina e pela identificação de mutações no ALDH7A1 no teste genético.

O teste genético analisa o DNA do paciente para buscar alterações no gene  ALDH7A1.  Esse é o teste mais preciso e confiável para identificar a doença, tanto em bebês assintomáticos quanto em pacientes de qualquer idade que tenham algum sintoma da doença.  

A realização do teste genético também é altamente recomendada para pessoas que tenham histórico familiar da doença.  

A PDE é uma doença que se manifesta ao nascimento ou nos primeiros meses de vida e que precisa ser tratada o mais cedo possível. Estudos mostraram que o diagnóstico tardio e o atraso do tratamento em meses ou anos provoca alterações motoras graves com dificuldade de aprendizagem e alterações sensoriais

 

Por que o Teste da Bochechinha é importante para o diagnóstico precoce da Epilepsia Responsiva à Piridoxina?

A PDE não é testada no Teste do Pezinho básico do SUS e nem nas versões ampliadas e expandidas oferecidas pela rede privada. No entanto, é uma das mais de 340 doenças investigadas no Teste da Bochechinha.

Utilizamos a moderna técnica de sequenciamento de nova geração (NGS) para analisar o DNA do bebê e buscar alterações no  ALDH7A1 e em centenas de outros genes

Bebês identificados com alto risco de desenvolver a PDE em nosso teste podem iniciar precocemente o acompanhamento médico e tratamento da doença. Quanto mais cedo diagnóstico e o início do tratamento, maior a qualidade de vida do paciente.

 

Meu filho tem suspeita de Epilepsia Responsiva à Piridoxina, posso fazer o Teste da Bochechinha para confirmar o diagnóstico?

O Teste da Bochechinha é um teste de triagem neonatal.

Quando a criança (ou pessoa de qualquer idade) tem algum sintoma de PDE recomenda-se realizar um exame genético de diagnóstico para confirmar a suspeita. 

 

Exames genéticos de diagnóstico e a Mendelics

A Mendelics oferece exames para o diagnóstico da PDE, incluindo o Painel de Doenças Tratáveis e o Painel de Epilepsias

Para saber mais entre em contato com a nossa equipe pelo telefone (11) 5096-6001 ou através do nosso site.

Dúvidas? Deixe sua pergunta nos comentários abaixo.

Importante: Esse post tem caráter educativo. Recomendamos fortemente que o paciente seja acompanhado por um médico que orientará qual a melhor maneira de se proceder. Converse com seu médico.

Referências

  • https://medlineplus.gov/genetics/condition/pyridoxine-dependent-epilepsy/#inheritance
  • https://rarediseases.org/rare-diseases/pyridoxine-dependent-epilepsy/
  • https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK1486/
  • Caraballo R, Garro F, Cersósimo R, Buompadre C, Gañez LA, Fejerman N. Dependencia de piridoxina: valor del diagnóstico clínico y del tratamiento precoz [Pyridoxine dependence: the importance of the clinical diagnosis and early treatment]. Rev Neurol. 2004 Jan 1-15;38(1):49-52. Spanish. PMID: 14730491
  • Coughlin CR 2nd. Pyridoxine-dependent epilepsy is more than just epilepsy. Dev Med Child Neurol. 2020 Mar;62(3):268. doi: 10.1111/dmcn.14405. Epub 2019 Nov 25. PMID: 31763687.
  • Jiao X, Xue J, Gong P, Wu Y, Zhang Y, Jiang Y, Yang Z. Clinical and genetic features in pyridoxine-dependent epilepsy: a Chinese cohort study. Dev Med Child Neurol. 2020 Mar;62(3):315-321. doi: 10.1111/dmcn.14385. Epub 2019 Nov 18. PMID: 31737911.

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